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Nota Oficial

Nota sobre reportagem do jornal O Globo

Veículo se equivocou ao alegar que servidor da UFRJ sob alto grau de exposição ao coronavírus não deveria receber a dose por não ser médico

Em reportagem intitulada “MP vai acompanhar denúncias de desrespeito às filas da vacinação”, veiculada nesta sexta-feira, 22/1, pelo jornal O Globo, acerca de queixas de violações recebidas pelo Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren/RJ), o veículo equivocou-se ao induzir que o prefeito universitário, Marcos Maldonado, por não ser médico, não deveria ter recebido uma dose da vacina contra o coronavírus. Objetivamente, esclarecemos que a decisão pela imunização do servidor foi puramente técnica – não “furou fila”, nem ocorreu às escondidas. O equívoco divulgado pelo jornal carioca toma de assalto o fazer jornalístico, como preconizam os Princípios Internacionais da Ética Profissional no Jornalismo, da Unesco. Além disso, chama a atenção em um momento em que o Brasil, segundo país com maior número de mortes de COVID-19 no mundo, mais precisa de equipes multiprofissionais atuando em prol da diminuição de vítimas fatais.

Os critérios utilizados pela UFRJ para priorizar a vacinação foram publicados, de forma completamente transparente, no portal Conexão UFRJ, em 20/1, e estão disponíveis aqui.

A Reitoria da UFRJ lamenta a reportagem do jornal, que, mesmo tendo recebido os esclarecimentos da Universidade, optou pela via da informação enviesada, induzindo o leitor a acreditar que os critérios preconizados para a vacinação poderiam ter sido burlados na UFRJ – o que causou surpresa, pois o jornal é conhecido por sua tradição e renome no Brasil. O país sabe, mas reforçamos: a Universidade Federal do Rio de Janeiro, casa centenária de ciência que tem como missão precípua contribuir para o avanço científico, tecnológico, artístico e cultural da sociedade brasileira, é uma das maiores interessadas na difusão da vacina a todos os brasileiros e grande apoiadora do Sistema Único de Saúde (SUS).

Acerca do caso, em que o jornal alega haver “falta de transparência” por parte UFRJ em razão de o profissional em questão ter sido vacinado, cabe esclarecer que:

1. Conforme deliberação da chefe do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina e coordenadora do Centro de Triagem Diagnóstica para COVID-19 da UFRJ (CTD), professora Terezinha Castiñeiras, a decisão de vacinar o servidor foi integralmente técnica, considerando as atividades de risco que vem desempenhando na pandemia desde março de 2020. No CTD, o prefeito acessa salas de coleta frequentemente, transporta pacientes com COVID-19 e sua atuação é diária, inclusive nos finais de semana devido às demandas na Vila Residencial e Residência Estudantil. É, portanto, integrante nato da Equipe de Apoio de todas as atividades covídicas do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFRJ. A decisão, ratificamos, é técnica e baseada na ciência – como, naturalmente, as deliberações são tomadas na UFRJ, a maior universidade federal do país.

2. Seguindo orientação da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS), a prioridade de vacinação se dirige àqueles que estão na linha de frente. Essa linha não é composta apenas por uma categoria profissional – inclui, além de médicos e enfermeiros, auxiliares de serviços gerais, técnicos para manuseio de materiais e prestadores de serviços de segurança, transporte etc. Ou seja, trata-se de uma equipe multiprofissional e interdisciplinar. Assim, não apenas o prefeito foi vacinado, mas também terceirizados da limpeza, segurança, enfermeiros, internos de medicina, estagiários e alunos voluntários do CTD.

3. O prefeito da UFRJ atua diariamente e pessoalmente em diversas destas atividades, gerando elevada exposição ao coronavírus. Seu protagonismo é reconhecido nas 9 unidades hospitalares da UFRJ (Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Hospital Escola São Francisco de Assis, Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira, Maternidade Escola, Instituto de Ginecologia, Instituto de Neurologia Deolindo Couto, Instituto de Psiquiatria, Instituto de Doenças do Tórax e Instituto do Coração Edson Saad), além do CTD.

Como sempre, desde 1920, a Universidade segue à disposição da sociedade brasileira, com ciência, informação e garra para que a pandemia de COVID-19 seja combatida até seu fim, com pesquisa, informação e verdade.

Repudiamos quaisquer tentativas de obter privilégio neste difícil momento pelo qual a humanidade atravessa.

22/1/2021
Reitoria da UFRJ